Lição 13... DEUS É VIDA ETERNA

Texto bíblico Mateus 25; Apocalipse 22 - Texto áureo Apocalipse 22.1


DIA A DIA COM A BÍBLIA
Segunda – Mateus 25.31-33
Sexta – Mateus 25.44-46
Terça – Mateus 25.34-36
Sábado – Apocalipse 22.1-5
Quarta – Mateus 25.37-40
Domingo - Apocalipse 22.6-21
Quinta – Mateus 25.41-43


Na lição inicial deste trimestre, estudamos o conceito de “Deus vivo e éterno”. Nesta última lição, estudaremos o tema “Deus é vida eterna” . Como tem sido feito, começaremos conceituando vida eterna no Antigo Testamento, depois iremos ao Novo Testamento para ver o desenvolvimento do conceito em estudo, à luz dos ensinos escatológicos de Jesus. Inicialmente tente responder às seguintes perguntas: Como se entendia o conceito de vida eterna no Antigo Testamento? Que implicações há em tal conceito segundo os ensinos de Jesus?

DEUS É VIDA ETERNA
Encontramos no Antigo Testamento tuna teologia em desenvolvimento. No tocante à vida futura, há dois momentos em especial. O primeiro está atrelado ao desenvolvimento do reino de Deus na Terra. Era muito difícil para Israel bem como para os povos da época pensarem em algo além da vida aqui na terra, devido à visão concreta da vida. Tanto é que, por não saberem lidar com a sobrenaturalidade da vida, o primeiro conceito de lugar dos mortos  (sheol)  era indistinto, ou seja, todos os que morrem vão para lá, e isto era algo em que os hebreus não concentravam atenção. Outro exemplo disto é que Deus, mesmo sendo eterno, era conhecido por seus atos concretos. Conceitos de vida de Deus, o Deus presente, o Deus que age eram mais relevantes porque eram manifestos, tocados e sentidos. A história da relação entre Israel e Deus se dá num mundo cheio de ações concretas. A eternidade era um mistério que ia muito além da capacidade de entendimento do povo.
No segundo momento, começa a ser delineada a concepção de uma vida organizada após a morte, e os profetas oram de grande relevância reinterpretando a ação de Deus da história. Havia promessas que não se cumpriam na vida presente, bem como palavras de bênçãos ou castigo que também não se cumpriam. Isto trazia certo grau de questionamento para Israel. Daí, os profetas, iluminados por Deus, fizeram re-estudos sobre ações e intervenções divinas e viram que a história, como eles conheciam, não era suficiente para conter algo tão grande (ver “céus novos e nova terra” em Isaías 65.17). Somente a eternidade poderia conter a plenitude das palavras divinas. Com isto, toma forma definitiva o conceito do Deus Eterno que dá vida eterna. Portanto, em última análise, Deus ê vida eterna porque  é eterno.
O DEUS QUE JULGA - (Mt 25.31,32a)
O modo de pensar a eternidade não deixaria de passar pelo conceito de soberania divina. O Deus eterno é senhor
da história. Uma vez que nos seus projetos haverá um novo tempo (novo céu e nova terra), é lógico concluir que haverá um rompimento com a ordem atual para que uma nova ordem seja instalada. Lógico também é pensar que Deus mesmo comandará cm sua soberania aquele momento de rompimento. É assim que entendemos conceitos proféticos como “o Dia do Senhor” e “Naquele Dia” (Am 5.18; Os 2.18). Será um tempo em que o bem e o mal terão um confronto guerreiro final, e Deus romperá e exterminará com o sistema perverso deste mundo.
No tempo de Jesus, o conceito de escatologia, a se cumprir além da dimensão histórica, já estava bem estabelecido, e dois modos de pensar eram básicos nesta escatologia: julgamento divino e universalidade do governo de Deus. O conceito de Deus nacional, cultivado durante séculos por Israel, dá lugar, na nova interpretação profética, ao conceito de um Deus soberano sobre todas as nações. Jesus, em seu sermão profético escatológico (Mt 24 e 25), fala do poder divino de emitir juízo sobre todos os povos:  “Quando, pois vier o Filho do homem na sua glória, e todos os anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória; e diante dele serão reunidas todas as nações”.  Como Senhor da história e como Senhor da vida, depois da história, pode julgar todos os povos de todas as épocas. Ele é o Deus que julga.

A SEPARAÇÃO ENTRE A VIDA E A MORTE (Mt 25.32b,33)
Como temos estudado, o Deus soberano é onisciente. Assentado no trono, o Deus que conhece todas as coisas, o Deus que é perfeitamente justo em seus juízos há de fazer separação entre os herdeiros da vida eterna e os herdeiros da morte eterna. O conceito de separação entre classes ou tipos de pessoas era bastante conhecido em Israel, bem como o entendimento da metáfora do lugar de honra para quem estivesse à direita e de desonra para quem estivesse à esquerda (Ec 10.2; SI 16.8; 110.1). Acrescente-se também que o gado de muito valor (ovelhas) era costumeiramente separado daquele de pouco valor (cabritos). Ezequiel 34.11 ss fala do pastor que recolherá suas ovelhas e as salvará, separando-as daquelas que não têm valor.
Diante do conhecimento prévio dos judeus sobre lugar de honra, lugar de desonra e sobre o conceito de separação, Jesus fala sobre o julgamento que ocasionará a instalação de um novo estado de coisas:  “e ele separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos; e porá as ovelhas à sua direita, mas os cabritos à esquerda”(v. 32b,33).

A ESPERANÇA DA VIDA  ETERNA E A EXISTÊNCIA DA MORTE ETERNA –
(M t 25.34-45)
A palavra de ordem no sermão escatológico de Jesus é “vigilância”. Isto é ilustrado nas parábolas da figueira (Mt 24.32-44), do bom e do mau servo (v.45-51), das dez virgens (Mt 25.1-13) e dos talentos (v. 14-30). Acrescente-se também que, em suas palavras exortativas sobre o juízo final, Jesus faz menção de boas obras (alimentar os famintos sedentos, hospitalidade, vestir o despido e visitar os enfermos). Isto foi e ainda é conflitante para pessoas que adiam que Jesus está enfatizando as boas obras como um fim em si mesmas, Entretanto, se tomarmos os ensinos de Jesus dentro de um contexto maior, veremos que tudo o que fala  faz sentido. Por exemplo, no Sermão  do Monte (Mt 5-7) Jesus salienta  essencialmente o caráter do discípulo cristão. Isto é enfatizado em todos os  seus ensinos.  O  caráter modificado faz com que as obras sejam relevantes, e obras relevantes apontam para o caráter aperfeiçoado. Aplicando isto ao texto em estudo que fala sobre julgamento, quando Jesus discursa e ensina sobre boas e más obras, claro é que, diante de ensinos anteriores, ele tem em mente a motivação correta para se fazer boas obras. O que Jesus está a dizer é que boas obras não causam bom caráter, mas bom caráter sempre dá origem a boas obras. O julgamento sábio e justo do Deus sábio, onisciente e justo parte das motivações interiores para os feitos exteriores.
Em seu discurso, Jesus reafirma a esperança da vida eterna para os que tiveram o caráter mudado pela ação dinâmica do Espírito Santo, e a existência da morte eterna para os incrédulos, ou seja, aqueles que não permitiram que o Espírito Santo transformasse sua vida à imagem e semelhança do caráter divino. A estes últimos estão reservadas as trevas exteriores:  “E irão eles para o castigo eterno, mas os justos para avida eterna” (v. 46).

CONCLUSÃO

Deus é vida eterna e, por ser assim, todo aquele que nele crer tem a vida eterna. Meu desejo é que, após estes estudos, tenha havido um verdadeiro processo de transformação e confirmação de fé na vida do leitor. De uma for­ma ou de outra, todas as lições estudadas apontam para o passado (o que Deus fez), para o presente (o que Deus está fazendo) e para o futuro (o que Deus fa­rá). Assim, com base nos relatos testemunhais das Sagradas Escrituras, per­mitamos que o “Deus que É” seja tudo em nós. Consintamos que ele molde o nosso caráter à imagem e semelhança do seu, santificando e justificando nos­sa vida. Somente desta forma estaremos eternamente com o Deus que é vida pre­sente e eterna. Amém.