Promoção de Educação Cristã Missionária

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I QUADRO
Cenário: Uma sala de visita
(Uma família bem vestida, aparentando ter recursos financeiros – pai, mãe, jovem e adolescente – se prepara para ir à igreja. A mãe entra conversando com o filho.)
Mãe – Não! Eu já disse que não! Eu não quero você falando sobre isso outra vez. Você é só um adolescente e não tem idéia ainda de todas as implicações da vida missionária. Eu tenho ouvido muitos depoimentos na igreja. Eles, coitados, vivem uma vida muito difícil, sofrem, passam fome, são humilhados e não foi para isso que seu pai e eu trabalhamos tanto. Queremos dar um bom futuro para vocês.
Adolescente – Mas mãe, você não pode estar falando assim! Você não perde uma promoção missionária na igreja!?
Mãe – Claro, mas isso não tem nada a ver. Os programas sempre são muito inspirativos. Eu gosto muito de ouvir os missionários e sempre dou minha oferta.
Adolescente – Mãe, a gente só tem esses programas inspirativos porque um dia esses missionários ouviram a voz de Deus e o obedeceram.
Mãe – Por falar em obediência, é isso mesmo que eu quero. Eu quero que você me obedeça. Vamos que já estamos atrasados.
Pai entra – Obedeça em que? O que dessa vez?
Mãe – Não é nada, só estávamos conversando sobre algo…
Adolescente – É pai, eu só queria saber a opinião da mãe se…
Mãe interrompe – É sobre ser missionário…
Pai – Missionário??? Eu sei algo sobre isso! Eu sei quanto dinheiro sua mãe dá na igreja para ajudar missionário, ajudar no preparo de missionário,…
Adolescente interrompe – Não pai. Eu queria apenas saber a opinião de vocês se eu fosse me preparar para ser um missionário…
Pai – Bem, estamos indo para a igreja e eu não quero responder isso agora. Mas, já vou avisando… é melhor você esquecer essa história.
Mãe – Eu já avisei… vamos, vamos que já estamos atrasados.
(todos saem e sentam-se no auditório em lugar de destaque.)
II QUADRO
(Dois jovens caminhando e conversando.)
André – Solange, eu estou com uma coisa estranha…. Você sabe que eu gosto muito de mecatrônica e que já recebi uma boa oferta de trabalho, antes mesmo de terminar o curso. Todo mundo lá em casa está vibrando. Também né, tanto tempo que eu dei trabalho para eles sem querer estudar. Minha mãe coitada sofreu muito. Mas tudo bem, agora me aprumei…
Solange – É até fiquei sabendo que você está pensando em caminhar sério com a Carla? É verdade?
André – Menos, menos. Ela é uma boa menina e eu gosto muito dela. Mas, primeiro tenho que me afirmar na vida para ter um compromisso de casamento. Mas, não era isso que eu ia falar. Você sabe que quando eu me converti, muita coisa mudou na minha vida, especialmente na vida educacional. Voltei a estudar e tudo o mais foi se ajustando…
Solange – André, quem te viu e quem te vê sabe que você mudou muuuito, da água para o vinho..
André – Não exagere!
Solange – OK! Vá direto ao ponto. Que coisa estranha é essa? Está doente?
André – Não. Estou sentindo algo muito estranho. Cada vez que penso nesse convite que recebi, fico alegre por ter recebido, mas algo me diz que não vou poder aceitar. Dá pra entender?
Solange – Porque?
André – Você se lembra daquela noite em que as mulheres da igreja fizeram aquele programa de missões sobre….
Solange –Educação Cristã Missionária!…
André – Sim, sim, isso mesmo. Pois é. Estava tudo tranqüilo até que uma irmã fez um apelo. Você lembra? Confesso que eu estava pensando em outra coisa quando, de repente, as palavras da irmã chamaram a minha atenção… “Deus quer a sua vida. Deus pode usar a sua profissão para alcançar pessoas. Deus tem seu jeito de chamar a cada um e de capacitar cada um para realizar sua obra. Não tem realização maior do que fazer a vontade de Deus…” Aquilo bateu tão forte em mim, que imediatamente a minha mente começou a trabalhar tentando descobrir como eu poderia usar a mecatrônica no serviço de Deus… Eu até tenho receio de usar a palavra… como eu poderia ser um missionário!? Desde então, estou o tempo todo pensando nisso. Não é estranho Solange??
Solange – Oooopssss! Isso é assunto para o andar de cima, meu amigo. Só posso te dar uma dica. Vai falar com o pastor, porque eu sei que ele ama a obra de missões e entende dessas coisas. Vai lá missionário!
André – Solange, não brinca comigo que estou ficando com medo.
Solange – Vai André, ele vai te ajudar… …e eu não ia contar isso ainda para ninguém, mas como você se abriu comigo, quero que você seja a primeira pessoa, depois do pastor e da minha família a saber que estou indo estudar para ser uma educadora religiosa.
André – Uma o quê??? Educadora Religiosa?? E o que você vai fazer com o seu curso de administração?
Solange – Você não viu a conexão que já existe entre os dois? Eu já vejo tudo se encaixando muito bem. E quero te dizer outra coisa: Estou muito feliz com a decisão que tomei.
André – Então, preciso ir correndo falar com o pastor.
Solange – Eu vou ficar orando por você. Quero saber o resultado.
André – Até logo!
Solange – Até!
III QUADRO
Cenário – Sala de estar.
(Duas senhoras de meia-idade. Uma visitando a outra em sua casa.)
Marta – Boa tarde, irmã Débora!
Débora – Boa tarde, irmã Marta. Pode entrar. Obrigada por atender ao meu convite tão prontamente. Queria muito falar com a irmã porque sei que a irmã é uma intercessora fiel e eu preciso da sua ajuda. Sente-se irmã.
Marta – Obrigada, irmã Débora. Realmente eu gosto muito de orar e acho que Deus me deu esse dom para que eu possa ajudar meus irmãos em Cristo. Nesta semana, eu recebi um e-mail de uma família missionária, que está na minha lista, dizendo que ela recebeu uma grande bênção de Deus, como resposta de orações. Eu fico muito feliz quando sei que posso fazer missões dessa maneira.
Débora – Que bom! A senhora já me deixou mais à vontade falando sobre isso.
Marta – Pode falar irmã. Sei que não posso fazer nada, mas nosso Deus é poderoso e Ele nos dará a resposta sobre o que a preocupa.
Débora – Não é bem uma preocupação, pelo menos, agora. Mas é uma inquietação grande que estou tendo. A irmã sabe que meu marido é um homem muito bom, e que, apesar de não ir à igreja, acredita em Deus e não me impede de ir. Meus filhos também, não me dão preocupação, graças a Deus. Mas, já faz um ano que estou com uma coisa no coração e não tenho tido coragem de falar com ninguém. Preciso compartilhar com alguém para me sentir mais aliviada. Aceita um cafezinho?
Marta – Sim, irmã.
Débora – Há um ano atrás, eu hospedei uns jovens vocacionados que estão estudando para serem missionários. A irmã lembra da semana missionária aqui na igreja? Pois é. Quando a gente hospeda, a gente fica muito atarefada para oferecer o melhor e eu não tive muito tempo de conversar com eles. Mas, eles gostavam de falar. Falavam de tudo. Tinha uma jovem que estava apaixonada e só falava do amado dela. Todo mundo acabava rindo das invenções dela. Mas, na verdade, o assunto principal era o que iriam fazer no futuro. Eles tinham muitas idéias, muitos sonhos. Uma noite, quando servi um lanche depois do trabalho da noite, fiz-lhes uma pergunta que nos deixou ao redor da mesa até altas horas da noite. Toda a minha família participou da conversa. Perguntei como é que cada um sentiu verdadeiramente que havia sido chamado por Deus e como foi o processo de deixar “tudo” para trás? Confesso que não esperava respostas tão maduras e profundas. Juntos nós choramos, rimos, discutimos, oramos… e de repente, eu comecei a me sentir parte daquele grupo, não apenas por estar fazendo a minha parte na obra. Mas, era como se eu estivesse sendo transportada para uma outra situação… Bem, eles foram embora e eu esqueci… até alguns dias depois lendo a Revista Visão Missionária me deparei com uma pergunta que não quer calar…
Marta – Que pergunta?
Débora – “Você está pronto para dizer sim para Deus agora?” Eu sei que você quer dizer que não há nada de novo nessa pergunta. É verdade. Eu já li e ouvi essa pergunta muitas vezes, em muitos lugares, através de muitas pessoas. Mas, ela nunca mexeu comigo como está fazendo agora. Eu tenho orado durante todo esse tempo para Deus esclarecer o que é que está acontecendo comigo. Até pessoal em casa já está começando a perguntar o que eu tenho. Acho que isso já está afetando meu comportamento, sei lá…
Marta – Sinto muito. Sei que você já está inquieta com esta pergunta. Mas, eu preciso fazer outra pergunta: “O que a impediria de dizer sim para Deus hoje?”
Débora – “Sim” para que? Pra deixar meu marido e filhos? Claro que não! Você acha que Deus, que me deu essa família maravilhosa iria me pedir uma coisa dessas?
Marta – Não querida, como posso saber os desígnios de Deus? A minha pergunta é se você está disposta a dizer “sim” para Deus. Simplesmente “sim” e deixar que Ele vá completando o resto da informação depois. Tudo que posso lhe dizer é que, esse sim é uma questão de obediência. Você já é bastante envolvida com o trabalho de Deus na igreja. Mas, se Deus está lhe incomodando, é porque Ele tem algo novo para você. Está pronta para saber o que é? Então diga sim para Ele! Confie! Pois os planos dEle são sempre para o nosso bem.
Débora – Entende porque lhe chamei? Preciso que você ore comigo para que eu tenha a coragem de dizer “sim”, a coragem para me colocar nas mãos de Deus. Ore comigo!
Marta – (Ora por Débora e por todos os que, porventura, estão em situação semelhante.)
IV QUADRO
Culto na igreja, com apresentação de criança.
(Família do primeiro quadro, está sentada em lugar de destaque.)
Pastor – Como já havia anunciado, hoje teremos a alegria de apresentar um bebê. Vocês sabem que este é um momento muito especial em que os pais consagram seus filhos para Deus. Com este ato, esses pais estão dizendo para Deus que agradecem o privilégio de cuidar e educar pessoas que serão usadas por Ele na sua Obra, assim mesmo como fez Ana, conforme o sermão desta manhã. Daqui há alguns anos, espero estar abençoando aqui na frente essa criança, já crescida e definida quanto ao que Deus quer para a sua vida.
(Mãe do primeiro quadro, começa a falar consigo mesma, enquanto o pastor continua movendo seus lábios como se a cerimônia continuasse:)
Mãe falando consigo mesma – Alex tinha apenas cinco dias de vida e eu não podia mais esperar para trazê-lo e consagrá-lo na igreja. Como ele era uma criança linda! Que sorriso lindo ele deu quando o pastor o segurou em seus braços… Que coincidência!!! Foi exatamente o texto de Ana que o pastor leu naquela ocasião… e eu fiz o mesmo voto que essa mãe fazendo lá na frente agora. Meu Alex cresceu… (Pausa, começa a chorar)… Senhor, não! Não quero lembrar que te fiz este voto. Será que o que Alex queria me dizer hoje de manhã é que chegou o tempo para entregá-lo de volta para ti? Não posso entregá-lo oferecendo esta boa vida que o Senhor mesmo nos deu? Ele tem de deixar para trás os planos que fizemos para ele? Eu não estou pronta para isso, Senhor! Eu não estou pronta para isso!
(Nesse momento, o pai de Alex olha para a sua mãe e os dois ficam se olhando, como se entendendo a voz do Espírito).
Pastor – Eu nunca fiz isso antes, mas sinto que preciso fazer agora. Será que temos hoje em nosso culto algum pai ou mãe que já passou por este púlpito fazendo este compromisso com Deus de cuidar de um filho ou de uma filha até o momento em que Deus iria precisar dele ou dela para um trabalho especial, e deseja vir à frente fazer esta entrega? Eu não vou tomar tempo com este apelo, mas sinto que devo fazê-lo.
(Relutantemente os pais de Alex vão à frente e falam:)
Pai de Alex – Venha até aqui Alex. (Alex se levanta e caminha até seus pais) Há 16 anos eu o trouxe nos braços, hoje não poderia fazer o mesmo. Mas quero trazê-lo pela mão. Há 16 anos, sua mãe e eu fizemos este compromisso com Deus de cuidar de você, de educá-lo da melhor maneira possível, de ensiná-lo sobre o amor de Deus, e isso nós temos feito. Mas você sabe o que aconteceu hoje de manhã em casa. Agora sei que era o Espírito Santo nos avisando que o tempo havia chegado. Você sabe que a nossa reação não foi tão agradável. Perdoe-nos filho! Deus teve misericórdia de nós e nos mandou outro recado nesta manhã. Agora sim, nós entendemos. Chegou o tempo de entregá-lo de volta para Deus e nós, os seus pais, queremos fazê-lo na presença de muitos que estavam aqui há 16 anos e de outros que já assumiram esse mesmo compromisso.
Alex, neste momento você está sendo entregue para Deus pela segunda vez, porque você já nos informou que Deus já o convocou. Nós não sabemos ainda que tipo de ministério ele quer que você cumpra. Mas, entendemos que ainda temos responsabilidades. Sim, filho; conte conosco para sustentá-lo no seu tempo de preparo e pelo resto da sua vida no serviço do Senhor. Aqui estamos, ore por nós.
Pastor – Faz o apelo para outros e ora no final.