Em Moabe, pátria de Rute, cada casa tinha um altar. O chefe da casa era o sacerdote do lar. O deus que ele escolhesse seria o deus da família. Quando uma das filhas contraia matrimônio, ela passava a adorar o deus que seu marido trazia consigo. Rute deve ter ficado curiosa, pois na casa de sua sogra não havia altar algum, e eles diziam que adoravam um Deus! Onde estava esse Deus? “Só há um jeito de saber”, pensou ela. “É ir até a terra desse Deus para conhecê-lo melhor.” Foi, e assumiu atitude bastante humilde.
Rute não tinha problema de baixa estima. Não era como os cidadãos de hoje: Apareço, logo, existo. Não era consumista. Não precisava investir na aparência. Não temia uma viuvez continuada. O que importava era ser amparo para sua sogra, também viúva. Abriu mão da segurança na casa de seus pais, e creu conforme o livro dos Salmos: “ Nas tuas mãos estão os meus dias”. Rute não queria adoração copiada pelo show midiático. Ela queria ensino. E como aprendeu! Seguiu o ritual religioso, social, moral e familiar do povo do Deus Vivo.
Enquanto isso, a teologia errada de Noemi era confessada quando entrou na cidade, ao voltar. Partiu em tempo de fome, e disse que partiu na fartura. Parti rica, voltei pobre, confessou. Agora ela descobre que não há riqueza maior que a família. Quantos, quantos, quantos jovens de nossas igrejas hoje se esqueceram desse valioso princípio bíblico. Em uma de minhas igrejas havia um jovem cujo pai, não sendo crente, quis levá-lo ao conhecimento sexual por meio de prostitutas. Estava com 12 anos, mas soube responder ao pai: “Pai, se um dia eu resolver agir assim, não precisarei de sua ajuda”. Outro jovem alugou um carro na cidade do México, onde passaria três dias a negócio. Enquanto jantavam, esperando a partida do avião, o motorista lhe perguntou: “Que há contigo? Não falaste um palavrão, não me pediste para levá-lo às mulheres, e não bebeste nada alcoólico. Trata-se de religião?” O jovem respondeu: “Tenho compromisso com um homem e não tenho coragem de desapontá-lo”. O motorista pediu desculpas, porém ficou mais surpreso ainda quando o rapaz disse que ele também conhecia o tal homem com quem estava comprometido. Depois de profunda conversa evangelística, o motorista olhou bem nos olhos do jovem e disse: “Não fizeste de mim um cristão, porém jamais serei o mesmo homem!” Kierkegaard dizia: “Pureza de coração é desejar uma só coisa”.
Rute viveu intensamente essa teologia, uma teologia correta. Ela podia dizer: “Creio, logo, existo”. E como foi recompensada!
Pastor Manoel de Jesus The