Lição 4... DEUS É ONIPRESENTE ONISCIENTE

Texto bíblico Salmo 139 - Texto áureo Salmo 139.14


DIA A DIA COM A BÍBLIA
Segunda – Salmo 139.1-3
Sexta – Salmo 139.13-16
Terça – Salmo 139.4-6
Sábado - Salmo 139.17-22
Quarta – Salmo 139.7-10
Domingo - Salmo 139.23,24
Quinta – Salmo 139.11,12




O Deus onipotente é também onipresente e onisciente. Estudaremos hoje estes dois atributos. A meta é apresentar a origem desta maneira de pensar de acordo com o Antigo e o Novo Testamentos, enfatizando como a igreja deve se posicionar diante da presença e conhecimento divinos.
Leia o texto básico e responda: o que significava para Israel falar da onipresença e onisciência dc Deus? Desta­
que também no texto os versículos que apontam para estes dois atributos. Feito isto, leia os comentários a seguir.

O DEUS DE ISRAEL É ONIPRESENTE
Informamos, no estudo anterior, que Israel construía seus conceitos refletindo sobre os atos concretos do Senhor. Num tempo em que cada povo tinha um ou mais deuses, na maioria dos casos deuses nacionais, isto é, limitados espacial, física e geograficamente, construir o conceito de um Deus que vai além dos fatores acima assinalados era sobrenatural. Era preciso uma fé ousada para dizer: “Mas,na verdade, habitaria Deus na terra? Eis que o céu, e até o céu dos céus, não te podem conter” (l Rs. 8.27). Isto aponta para a crença na transcendência ilimitada de Deus. Não somente a terra é pequena para contê-lo; até mesmo o universo criado é insuficiente para isto.
Uma vez que Deus é maior que a criação, sua presença não pode estar limitada pela obra criada. Afirma o profeta Jeremias que ele é Deus de perto e de longe. Sua presença enche a terra e o céu: “Sou eu apenas Deus de perto,
diz o Senhor, e não também Deus de longe? Esconder-se-ia alguém em esconderijos, de modo que eu não o veja? diz o Senhor. Porventura não encho eu o céu e a terra? diz o Senhor” (Jr 23.23,24). Amós assevera que ninguém consegue se esconder da presença do Senhor. Podem tentar no mais profundo abismo, no cume do Carmelo, ou no fundo do mar. Entretanto, do Deus de perto e de longe, do Deus que enche todas as coisas, do Deus que está presente em todos os lugares não há como se esconder. É exatamente isto que Israel celebrava nos cultos quando relevava e colocava fé naquilo que chamamos de onipresença divina. O ser humano não pode fugir do Espírito divino. O seol (as profundezas onde habitam os mortos), as alturas, as asas da alva, as extremidades do mar, as trevas, nada pode ocultar o ser humano da presença transcendente de Deus (SI 139.7-11). Era uma reflexão tão profunda e sublime que conduziu o salmista exclamar: “Tal conhecimento é maravilhoso demais para mim; elevado é, não o posso atingir” (v. 6).
Onipresença aponta, portanto, para o fato de Deus ser ilimitado espacial e fisicamente. É um indicativo de sua soberania quanto a estas dimensões citadas. Significa que Deus é “Todo-presente” . Ele pode agir de modo diferenciado em lugares díspares ao mesmo tempo. Nada pode limitá-lo.
Assim, Israel deveria reverenciar o Deus Todo-presente não somente no templo em Jerusalém , mas em qualquer lugar, pois em todo e qualquer lugar Deus está presente. Também, onde estivesse ou aonde fosse, Israel deveria
temer a presença divina, pois suas atitudes atrairiam bênção ou castigo de acordo com as circunstâncias.

O DEUS DE ISRAEL É ONISCIENTE
Israel também acreditava que Deus conhecia todas as coisas. Nada existe que possa limitar o conhecimento de
Deus tanto de si mesmo quanto de tudo o que existe. Exemplos disto são dados no salmo em estudo. Deus sonda e
conhece a nossa vida. Ele esquadrinha o nosso andar, conhece todos os nossos pensamentos antes mesmo de serem
pronunciados (v. 1-5). Na plenitude do seu saber, afirma o salmista que Deus acompanhou e conhece todo o processo de nossa formação física, psíquica e espiritual. Extasiado com o conhecimento divino, o salmista exclama: “Eu te louvarei, porque de um modo tão admirável e maravilhoso fui formado; maravilhosas são as tuas obras, e a minha alma o sabe muito bem” (v. 14).
Israel não especulava quanto ao conhecimento de Deus. Por exemplo, não havia conflito entre onisciência e vontade de Deus. Podemos perguntar sobre determinado acontecimento, principalmente quando é algo desagradável: se
Deus sabia que tal coisa iria acontecer, por que, então, permitiu? Israel acreditava que onisciência e vontade nunca se chocariam na perspectiva divina, A vontade de Deus é soberana e não definitivamente determinativa. Tanto é que de algum modo, que não é dado ao ser humano o direito de saber como acontece, o Deus soberano pode deixar de fazer o que,a sua vontade determinara. Ezequiel informa que.Deus deixaria de destruir a cidade, se achasse alguém que se pusesse “na brecha perante mim por esta terra, para que eu não a destruísse” (Ez. 22.30,31). Deus em seu pleno conhecimento sabia o que iria acontecer. Mesmo assim, abriu espaço para que sua vontade fosse mudada, caso achasse alguém verdadeiramente fiel que movesse seu coração e vontade. Isto é um mistério profundo demais para a mente humana. Diante de algo desta dimensão, façamos nossas as palavras do salmista: “Tal conhecimento é maravilhoso demais para mim; elevado é, não o posso atingir” (v. 6).
Importante aqui é relacionar a onisciência e vontade de Deus com a obediência humana. Diante da perfeição da vontade Deus, um Deus cujos caminhos e pensamentos são mais elevados que os caminhos e pensamentos humanos (Is 5.8,9), o ser humano deve responder com uma contínua atitude de obediência. Tal atitude resolveria toda e qualquer dificuldade quanto ao entendimento dos atos de Deus c do próprio Deus, até mesmo aqueles obscuros à mente humana. Obedecer é assumir uma atitude de submissão ao Deus que trabalha a favor dos que nele esperam.

ONIPRESENÇA E ONISCIÊNCIA NO NOVO TESTAMENTO
O Novo Testamento enfatiza tanto a onipresença quanto a onisciência de Deus. Por exemplo, ao ser interrogado pela mulher samaritana sobre o local propício de adoração, Jesus responde: “Deus é Espírito, e é necessário que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade” (Jo. 4.24). A resposta de Jesus era harmônica com a crença na onipresença comum no Antigo Testamento. Pessoas que acham que devem subir a determinados montes para orar por sentirem ali a presença de Deus e criam um sistema místico de oração nos montes, tais pessoas pecam por desconhecer ou não reconhecer a onipresença divina.
Hebreus 1.3 fala de Jesus como sendo o sustentador de tudo. Esta afirmativa é mais um demonstrativo da divindade
de Cristo. Ele não podia exercer a onipresença, circunstancialmente, em função das limitações impostas pela forma
humana. Entretanto, não raro encontramos expressões sobre ele, as quais afirmavam seu conhecimento dos pensamentos das pessoas (Mt. 9.4; 12.25). Isto mostra a sua onisciência. Também diz que onde estiverem dois ou três reunidos em seu nome aí ele estará no meio deles (Mt. 18.20). Em Apocalipse achamos em vários momentos à afirmativa “conheço as tuas obras”. Este conhecimento, dentre outras possíveis interpretações, é o perfeito entendimento que Deus tem das motivações das pessoas. Em seu pleno conhecimento, Deus sabe se estamos fazendo algo por motivações certas (glorificar o seu nome) ou por motivações erradas (satisfação do nosso ego). Assim, junto a outras passagens neotestamentárias, vemos que os temas “onipresença e onisciência” estão presentes também nesta parte da Bíblia.

CONCLUSÃO
Uma palavra comum hoje em dia é “motivação”. Como cristãos não deveríamos deixar de estar preocupados com a motivação cristã. O que nos move para o exercício de todos os ministérios nas igrejas deveria ser a glória de Deus. Pessoas enganam pessoas, mas não enganam a Deus. Este, em seu Todo-conhecimento e na plenitude do seu saber está atento àquilo que homens e mulheres veem e àquilo que está oculto aos olhos humanos. Consideremos com todo o cuidado o Deus onisciente e onipresente. Lembre-mo-nos destes atributos que devem nos causar temor e tremor.