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Estudo 13   
BATISTAS NO BRASIL: SEMEANDO O EVANGELHO HÁ 138 ANOS
Panorama histórico dos batistas em solo brasileiro
Neste ano em que celebramos os 400 anos dos batistas no mundo, recor­damos também 138 anos da história batista em solo brasileiro. Tal data se mostra importante não só pelo que foi feito, como pelos novos desafios que este novo milênio nos apresenta. A importância da história batista tem sido negligenciada muitas vezes até mesmo por nossas igrejas e pouco conhecida dos novos membros espalhados pelo Brasil.
Devemos lembrar que a história não e realizada apenas pelas vitórias, mas também pelas dificuldades e desafios apresentados nestes anos. A própria implantação do trabalho se dá em momentos importantes para a história do nosso país. Deixávamos de ser um Império para nos transformar em república, o que favoreceu em muito a receptividade dos nossos princípios bíblicos. Começando com o sacerdócio universal de todo cristão e a nossa organização eclesiástica congregacional.
As dificuldades encontradas pelos primeiros missionários podem ser medidas tanto pelo tamanho do país como por uma tradição católica dominante no Brasil há muitos anos, e que ainda respirava as inimizades com o protestantismo do passado, e portanto em muitas ocasiões se opões não só aos missionários como aos primeiros convertidos e as igrejas organizadas. Por isso, a partir desta análise inicial, podemos começar a falar dos 120 anos dos batistas no Brasil sem expor todos os detalhes, mas identificando o seu início.
PRIMEIROS BATISTAS NO BRASIL
Mesmo antes da Primeira Igreja Batista no Brasil ser organizada, outros batistas já haviam passado pelo país e até mesmo se estabelecido aqui. O primeiro missionário americano a vir ao Brasil foi Thomas Jefferson Bo­wen, ele e sua família já haviam trabalhado antes na África onde aprendeu a língua yorubá. Em 1860 ele chegou ao Rio de Janeiro onde, de início pretendia implantar uma igreja de fala inglesa e outra para os escravos. Com este propósito estabelecido ele começou a distribuir bíblias e a falar com os escravos em sua língua Certamente a sua segunda atitude gerou desconfiança das autoridades, e apesar de seus esforços ele ficou apenas nove meses, no país.
A segunda entrada sem dúvida foi o que trouxe mais frutos para o trabalho Batista. A partir de 1865 muitos americanos do Sul dos Estados Unidos atraídos pela propaganda do governo brasileiro se transferiram, para o Brasil com a intenção de estabelecer uma nova vida no país. A maioria destas famílias era de origem evangélica, e logo começaram a formar igrejas para atender as suas necessidades, entre estas é organi­zada em 10 de setembro de 1871 a Igreja Batista em Santa Bárbara do Oeste (SP), tendo como líder o pastor Richard Ratcliff. Oito anos mais tarde eles estariam fundando uma segunda igreja em 2 de novembro de 1879. Estas igrejas vão ser importantes para a o trabalho batista pois será de lá que virá o apelo à Junta de Missões nos Estados Unidos para o envio de missionários ao Brasil. Uma parte do documento diz o seguinte, "Que a 12 de outubro de 1872, a Igreja, em sessão, aprovou a seguinte proposição, a saber: que os irmãos R. Meriwether, R. Brodnax e D. Davis fiquem incumbidos de se comunicar com a Junta Batista de Missões Estrangeiras em Richmond, Va., solicitando que seja estudada a vinda de missionários para este País"(Sessão da Pib/SB, 12.10.1872. Bety Antunes de Oliveira, Centelha em restolho seco).
Em resposta a este apelo, o casal Bagby, foi enviado para o Brasil em 1881, graças à intervenção do ex-general Alexander Travis Hawthorne que já estivera no Brasil em 1868. O casal de missionários chegando ao Rio de Janeiro foi direto a Santa Bárbara. Chegando lá William Bagby assumiu o pastorado das duas igrejas, mas já demostrava o interesse em estender o trabalho missionário para uma cidade que atendesse ao povo do País, enquanto isto ele aprendeu o idioma e foi se familiarizando com o povo e os costumes, com a ajuda de outro membro da igreja o ex-padre Antonio
Teixeira de Albuquerque que havia sido ordenado pastor e era membro da igreja batista em Santa Bárbara.
Com a chegada de um segundo casal de missionários norte-americanos Zachary e Kate Taylor este, mais o casal Bagby e o pastor Antonio Teixeira de Albuquerque foram para Salvador onde fundaram a Primeira Igreja Batista da Bahia, adotando como Declaração Doutrinária a Confissão de New Hampshire.
O DESENVOLVIMENTO POSTERIOR
A partir do início da organização da igreja batista da Bahia muitos fatos marcaram o desenvolvimento do trabalho batista, um deles sem dúvida foi à formação da Convenção Batista Brasileira, com isto pode-se dizer que os batistas davam início a identidade batista brasileira. A fundação da CBB se realizou nos dias 22 a 27 de junho de 1907. Contava com 43 delegados representando 39 igrejas.
Outros fatos marcaram a história dos batistas no Brasil, destes os mais recentes e marcantes foram sem dúvida o 10° Congresso da Aliança Ba­tista Mundial, em 1960 no Maracaná, Rio de Janeiro, onde o pregador norte-americano Billy Graham pregou para 200 mil pessoas e o pastor brasileiro João Edson Soren (falecido em 02/01/2002) foi eleito presidente. Em 1965 foi realizada a Campanha Nacional de Evangelização, cujo lema foi, Jesus Cristo a única esperança, onde muitas igrejas e congregações foram implantadas pelo país. No ano de 1974 o evangelista Billy Graham mais uma vez lotou o Maracaná, entre os dias 2 a 6 de outubro de 1974, somando a presença de aproximadamente 650 mil pessoas, causando um grande impacto na mídia.
Conclusão
Muitos líderes e momentos foram importantes para a história batista no Brasil, no entanto seria quase impossível em tão pouco espaço destacar a relevância e a contribuição de todos. Podemos no entanto ter certeza que a preocupação que se iniciou no coração dos primeiros batistas foi honrado, a evangelização do país. Embora com satisfação possamos olhar para o passado não devemos deixar que este sentimento de alegria e satisfação nos acomodem, pois muitas vidas ainda precisam conhecer o Oder do evangelho de Jesus Cristo. Que as palavras de Thoxnas Je­fferson Bowem nos lembrem da grandiosidade de nossa missão, "Meus fracos esforços entre milhões da África parecem como gota d'água na areia do deserto. Possa o Senhor converte-los como uma centelha em restolho seco."
Bibliografia consultada:
OLIVEIRA, Betty Antunes de. Centelha em Restolho Seco, Edição
da autora.
AZEVEDO, Israel Belo de. A Celebração do Indivíduo, Editora
Unimep.
REILY, Duncan Alexander. História Documental do Protestantismo no Brasil, Editora ASTE.
- Mauro Fonseca de Oliveira, bac.harel em Teologia...pelo. Serninário Teológico Batista do Sul do Brasil, advogado, professor de História da
Igreja no Seminário Teológico Batista de Belford Roxo e Faculdadi
.Batista de Teologia do Rio de Janeiro, pastor, membro da Igreja Batista
Betel. nja Pavuna, Rio de Janeiro, RJ.