O Bolo Dinheiro - mordomia cristã

O BOLO DINHEIRO

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Apresentação
(O Sr. Batista entra com um bolo coberto com um guardanapo. Tem uma faca de cortar bolo, na mão. Ele é uma pessoa muito agradável e parece estar feliz com o que vai dizer. Coloca o bolo numa mesa, tira o guardanapo e fala…)
Nota – O bolo deve ser repartido de modo a faltar um pedaço, que seria o da IGREJA.
Senhores e senhoras, este bolo representa meu salário mensal. O meu dinheiro não é muito, mas com sabedoria, de acordo com um sistema que tenho inventado, ele me satisfaz. Há pessoas que sempre ficam devendo, porque não sabem dividir seu salário. Agora, porque os senhores são meus amigos, quero lhes ensinar o meu segredo. Todos os meses, quando recebo o meu bolo, vejo todas as minhas obrigações.
(Nove pessoas entram, com faixas a tiracolo, presas com alfinetes, em que se lêem: ALUGUEL, ALIMENTOS, PRESTAÇÕES DO CARRO, CONTA DO MÉDICO, ROUPA, SEGUROS, DESPESAS ESCOLARES DOS FILHOS, DIVERTIMENTO e IGREJA. Todas fazem fila atrás do Sr. Batista.)
Com um sorriso, o Sr. Batista corta uma fatia de bolo. Quando se vira com um pedaço de bolo no pratinho, encontra IGREJA ao seu lado, com sua mão estendida, esperando um pedaço. O Batista fica um pouco embaraçado, hesita um momento, e fala…)
- Ô IGREJA! Sim! Sim! Vai receber o bolo. Mas, por favor, espere um pouquinho. Tenho que pagar o ALUGUEL ou ficaremos na rua. Não sabe como é?
(Então a IGREJA volta para a fila, e ALUGUEL chega para receber o bolo. Sai comendo. O Batista corta o segundo pedaço e chama ALIMENTOS, para recebê-lo. ALIMENTOS também sai comendo. O Batista continua cortando, e de novo a paciente IGREJA chega com a mão estendida. Outra vez o batista fica embaraçado.)
- Não se preocupe, IGREJA. Não me esqueci. Estou guardando um pedaço grande para você. Mas, dê licença, este é para PRESTAÇÕES DO CARRO. Sou uma pessoa muito ocupada. Não tenho tempo para andar a pé. Um carro é uma necessidade, sabe?
(Continua o Sr. Batista partindo o bolo – para CONTA DO MÉDICO, ROUPA, etc. Finalmente, resta um pedaço de bolo e duas obrigações. Uma é IGREJA. O Batista não a vê, porque está atrás dele, à esquerda. Ele se vira, para a direita e vê DIVERTIMENTOS. Com satisfação, fala…)
- Agora está vendo como é perfeito o meu plano? Um pedaço de bolo – uma obrigação. Aceite, DIVERTIMENTOS.
(Então, limpando a faca com o guardanapo, fica sorrindo, continuando a elogiar-se. Équando sente alguém tocar-lhe no braço direito. Vira-se e vê IGREJA com o braço estendido. O Batista fica abismado por não ter mais bolo para dar.)
- Ô IGREJA, você não recebeu bolo?
(IGREJA balança a cabeça, tristemente.) Sinto muito. Queria que você recebesse um grande pedaço. Eu queria de verdade! Mas, acabou-se. Pode ver, não resta mais nada. IGREJA, perdoe-me!
(IGREJA sai vagarosamente, olhando suas mãos vazias. O Batista não se conforma por não restar nada para IGREJA, e chama-a de volta, despejando na palma da sua mão os pequenos farelos que ele raspou com a faca.)
Quando a IGREJA chega à porta, vem um grupo de suas OBRIGAÇÕES. Estas são: Salário do Pastor, Plano Cooperativo, Campanha de Construção, etc, que se levantam do primeiro banco da congregação. Possuem faixas nas costas. Enquanto elas passam, IGREJA coloca um farelo nas suas mãos. Finalmente acabam-se os farelos, e ficam várias obrigações sem ganhar nada. IGREJA olha para elas, com tristeza, e também para o Batista, que está cabisbaixo…)
Autor Desconhecido
Tradução Shirley Smith