Para enxugar as lágrimas do triste;
ter mãos para compor, para escrever;
para cuidar de tudo quanto existe.
aos animais, às plantas… Como é lindo
ter mãos para arrumar na sala quieta,
rosas vermelhas que se vão abrindo…
de alcova ou de hospital… Ter mãos afáveis
para pensar feridas, dar esmolas…
Ter mãos para belezas incontáveis!
para espalhar doçuras vida afora,
mãos que não ferem, mãos que não condenam,
mãos de quem sente, quem perdoa e ora…
Servir com alegria a Deus agrada;
agrada-O tanto o que dedilha a cítara,
como o que asfalta as extensões da estrada!
como aquele que os prédios edifica;
como a mulher humilde, que contente
serve de sol a sol a casa rica…
como o que varre as ruas da cidade;
agrada-O tanto a tecelã na fábrica,
como a mestra na escola; que em verdade,
a lei da vida é esta: servir sempre;
participar, realizar, construir!
Ninguém pode ignorar o privilégio,
a glória que é ter mãos para servir!
servir num clima de felicidade!
Pois se té Deus serviu, criando o mundo;
servir é compreender a liberdade!
servir será vedado, meus irmãos;
sirvamos hoje, agora, em tempo certo,
e Deus há de abençoar as nossas mãos!
Penha – SP
1976