Coisas quebradas para a Glória de Deus

Última páscoa,
primeira ceia,
fim de um preceito.
Princípio do grande fim.
A sombra do Calvário projeta-se
sobre a mesa,
a dolorosa ascensão em luar dos homens.
E por isso o Homem-Deus,
o Eterno que vai morrer,
toma o pão, parte-o e distribui
entre aqueles que ama,
pelos quais dará a vida:
“Tomai, isto é o meu corpo
oferecido por vós.”
Já no passado muitas coisas foram partidas
para o bem do mundo
e glória deste mesmo Deus
que agora se entrega em holocausto:
O muro de Jericó feito em pedaços
abriu a Josué o caminho da terra prometida.
Os cântaros partidos de Gideão
permitiram ao povo santo vencer os inimigos
e cultuar Seu Deus.
Bem mais tarde um vaso de alabastro
foi quebrado para que seu perfume
preparasse um Deus para morrer.
Quando as redes se romperam,
os discípulos descobriram o poder
daqueles que seguiam,
a eficácia de seus estranhos métodos,
mandando lançar a rede em alto mar,
quando nada haviam apanhado
durante a longa noite de vigília,
trbalho e decepção.
Coisas pequenas, quebradas, sem valor,
transformadas pelo amor que me dá forças
para pedir também:
quebranta-me, transforma-me, liberta-me
dos métodos que tenho seguido sem resultados,
dos princípios que julguei certos
e não vieram de Ti;
sou apenas argila em Tuas mãos,
benditas mãos que em sua última noite
quebraram o pão:
“Isto é o meu corpo oferecido por vós.”
Quero quebrantar-me também em Teu trabalho
como as redes que se partiram para a grande pesca,
como o vaso de alabastro para ungir Teus pés,
como os cântaros do passado diante de Teus inimigos
para que vejam a luz
e Te glorifiquem,
bendito Deus, que estás nos céus.



Poesia de Myrthes Mathias
Visão Missionária 1T89


Coisas quebradas para a Glória de Deus