A Bíblia

Como te quero, minha Bíblia amada
e te admiro no esplendor da luz
que irradias ao contar a história,
cheia de lances, de renúncia e glória
do mui querido Salvador Jesus.
És o refúgio que vistlumbro logo.
Sinto as proezas e os ardis nefastos
do inimigo de minh’alma, e então
cinjo-te ao peito e com tremente mão,
abro tuas páginas que absorvo em houstos…
És a amiga, a companheira dócil,
o guia, o manto, o relicário meu…
O refrigério, méctar dessedente,
o fino orvalho que refresca a mente,
a conselheira que o Senhor me deu.
Tudo que sou aos teus ensinos devo,
tudo que faço é inspirado em ti;
se toscanejo, vens beijar-me a fronte;
em minha vida és o meu santo monte
lá onde esqueço quanto já sofri…
Em Ti, Jesus, ó Mestre amado e puro,
está presente od princípio ao fim,
em cada história, profecia ou canto,
do Salvador se descortina o manto…
Quedo sorrindo por te ver assim.
Ó minha amiga, minha Bíblia amada,
à tumba almejo te levar um dia
quando da morte já sentir o efeito
e for levado ao seu profundo leito,
desego sigas minha companhia.
Ao ressurgir no chamamento santo,
rompendo o manto, sem da morte o véu,
te abraçarei contra meu peito em luz,
te mostrarei ao meu Senhor Jesus
e subiremos – tu comigo – ao céu.

Poesia de Artur Menezes do livro Flores d’Alma, 1960)