Lição 12... Deus É CONSOLADOR

Texto bíblico João 14-16 - Texto áureo João 14.26

DIA A DIA COM A BÍBLIA
Segunda – João 14.15-19
Sexta – João 16.8-14
Terça – João 14.20-26
Sábado – João 16.15-22
Quarta – Joã o 14.27-31
Domingo - João 16.23-33
Quinta – João 16.1-7


A cada dia mais, somos convencidos de que a fé em Deus além de conduzir a pessoa à cura espiritual, também a conduz nas dimensões mental e físi­ca. Deus se preocupa com o ser humano nos aspectos espiritual, mental e físico. Em tempo de lutas e perturbações, precisamos de consolo espiritual e mental. O Deus verdadeiro e justo, em todos os seus caminhos, é o Deus que amoravel-mente toma-nos nos braços e nos consola nos tempos de aflição. Você tem sentido o consolo divino? Antes de se lançar ao estudo desta lição, você pode recordar e compartilhar alguma experiência significativa que teve ou está tendo com o Deus consolador?

O DEUS QUE HABITA E ESTÁ EM NÓS (Jo 14.15-19)
Há pessoas que ainda nutrem o pensar que o Deus das Escrituras, principalmente no Antigo Testamento, era por demais rígido e cruel. Quem pensa assim não conhece o Deus da Bíblia, ou tem uma visão equivocada dele. Desde Gênesis vemos um Deus sempre pronto a perdoar. Um Deus que, em função do seu muito amor, deixa-se misteriosamente mover pela oração do justo (Ez 22.30; Ex 3.3.12-17), compadece-se dos filhos que erram e consola os abatidos de alma. O profeta Isaías conclama com vigor a terra a celebrar o Deus consola­dor, dizendo:  “Cantai, ó céus, e exulta,ó terra, e vós, montes, estalai de júbi­lo, porque o Senhor consolou o seu povo, e se compadeceu dos seus aflitos” (Is 49.13). O salmista declara que a lem­brança dos justos juízos faz com que se sinta consolado:  “Lembro-me dos teusjuízos antigos, ó Senhor, e assim me consolo”  (SI 119.52).
No Novo Testamento, em especial no texto desta lição, encontramos Jesus fazendo a seguinte promessa:  “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convoscopara sempre”. Ao usar a palavra “outro”, quer dizer “alguém além de mim, mas como eu”, isto é, “outro do mesmo tipo”. Jesus desenvolveu o ministério do consolo. Aos cansados e sobrecarregados, ele convida dizendo:  “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei” (Mt 11.28). O Consolador a ser enviado por Deus iria substituir Jesus que estava prestes a encerrar o ministério salvador encarnado na forma humana. O Consolador estaria conosco para sempre, encorajando, dando forças, socorrendo, convencendo etc. Uma vez que a palavra grega para Consolador aponta para alguém “chamado ou designado” para estar “ao lado de”, este outro Consolador não é ninguém mais, ninguém menos que o Deus que habita e está em nós. Esta conclusão vem pela fé. E uma promessa feita aos cristãos. Isto porque o Consolador por vir é  “O Espírito de verdade que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco, e está em vós”  (v. 17). Aleluia! O Consolador habita em nós e estará conosco para sempre.

O DEUS QUE CONSOLA E CONFORTA (Jo 14.25-27)
Os discípulos estavam entristecidos, pois tinham acabado de ouvir uma palavra de Jesus sobre traição, separação e negação (Jo 13). De modo consolador, conhecendo-lhes o ânimo, Jesus lhes diz:  “Não se turbe o vosso coração”  (Jo 14.1). Como vimos no item  ;interior, Jesus informa a eles que iria para o céu, para preparar lugar para os seus, mas que não os deixaria sem a presença do Consolador que viria da parte do Pai, ato contínuo à sua ascensão. Os discípulos não ficariam órfãos (v. 18). O Senhor os conforta e consola dizendo-lhes que teriam uma viva experiência de fé, por meio da qual adquiririam a plena certeza de que o Deus vivo estaria diariamente ao lado deles (v. 19). Ao mesmo tempo, Jesus reafirma que a missão de conforto e consolo é restritiva. Isto é, ela será recebida por aqueles que amam a Deus e guardam a sua Palavra. A estes, Jesus, na forma do Espírito Consolador, se manifestará (v. 21). Na certeza confortadora de que em espírito, ou na pessoa do Espírito Santo (v. 17), Jesus estaria com eles, residia na experiência de que as palavras de Jesus estariam sendo confirmadas em suas vidas. Isto pelo fato do Espírito Santo  “que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito”  (v. 26).
Os discípulos estavam sendo conscientizados de que a paixão de Cristo não seria a frustração da esperança, mas o caminho da inequívoca, surpreendente e retumbante vitória sobre o pecado e a morte. Atentemos para o fato de termos hoje a história completa da paixão e da vitória de Cristo, mas os discípulos estavam vivendo a história que hoje temos completo conhecimento. Para eles que estavam vivendo um momento sombrio e de iminente perda, para eles que precisavam de uma palavra de consolo e conforto, para eles que não deveriam se perder no emaranhado de idéias sem sentido que poderiam surgir, Jesus deixa algo que os consolaria e organizaria suas mentes nas dimensões física e espiritual:  “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou: não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração,nem se atemorize” (v. 27).

O DEUS QUE TRAZ ALEGRI A E PAZ (Jo 16.22,33)
Jesus sempre foi realista em seus ensinos. Diferente daqueles que fantasiam a vocação para o serviço cristão,
Jesus coloca os discípulos frente a frente com os dissabores do ministério cristão (Jo 16.1,2). Os discípulos não deveriam se escandalizar, isto é, tropeçar ou perder a coragem diante dos sofrimentos. No versículo 33 é dito que no mundo teriam aflições. Seriam perseguidos, expulsos das sinagogas e poderiam perder a vida. Creio que isto era apavorante para os doze. Entretanto, Jesus lhes renova a promessa do Consolador. Este iria ensinar aos discípulos a como enfrentar as adversidades. Ao mesmo tempo, Jesus lhes informa sobre dois sentimentos que iriam ter em meio às aflições. Primeiro declara que teriam alegria. Alegria, neste caso, é mais que um sentimento passageiro; é um estado de alma permanente. Por mais paradoxal que pudesse ser, o Espírito Consolador concederia uma alegria inexplicável a eles em meio às maiores provações, perseguições e tentações. Jesus,segundo o escritor aos Hebreus, foi o exemplo deste paradoxo da alegria. Havia nele uma alegria muito grande ao pensar em todos que iriam crer no seu sacrifício. Nesta alegria ele reuniu forças para desprezar a afronta, suportar a cruz e se tornar vencedor. Esta alegria é inexplicável ao homem natural. Só o espiritual é que a conhece e a tem. A dor do parto é grande, mas a alegria de dar à luz suplanta a dor e dá ânimo à mãe (v. 21). Jesus termina dizendo que “a vossa alegria ninguém vo-la tirará”  (v. 22).
O segundo sentimento a que Jesus faz menção é a paz. Em Filipenses 4.7, Paulo fala da paz que excede todo o entendimento. Jesus acalma os discípulos, dizendo da ação do Espírito Santo sobre eles, a fim de que tivessem paz. Este sentimento os abrandaria, os livraria das confusões mentais e os deixaria em condições de refletir sobre as dimensões sobrenaturais da fé e vida cristã. Em suma, o Consolador daria a eles alegria e paz em meio às maiores adversidades.

CONCLUSÃO
Jesus termina estas orientações sobre o Deus Consolador com uma palavra de estímulo e um exemplo de vida. Ele orienta os seus a terem bom ânimo. Isto é, ensina-lhes a que mantenham o foco. Jesus estava a dizer-lhes: não se deixem administrar pela fúria das adversidades. Mantenham-se em pé, firmes, não esmoreçam, pois eu venci o mundo.
Vem-me à mente uma parte da estrofe de um hino que diz: “Quando opresso eu me sinto sob um peso esmagador, é Jesus o amigo que eu quero ter”. Sim, ele é o nosso amigo, o nosso maior amigo, Deus Consolador em quem podemos confiar. Nele, somente nele, reside a nossa fonte de manutenção do bom ânimo.